Cada vez que você compra um filhote, morre um animal na carrocinha ou num abrigo.



quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O ano começando com abandono.

 Dia 7 de janeiro fui presenteada com 4 gatinhos recém-nascidos, deviam ter nascido no dia anterior, pois ainda estavam com o cordão umbilical. 
Deixaram eles numa caixa de ventilador, era uma caixa alta, bem funda e tinha sangue vivo ainda, além de um pratinho com ração. Não sei se não abandonaram eles com a mãezinha, que não teve opção a não ser fugir para algum lugar, pois estavam no meio da rua, no meio do nada. Procurei bastante por ela mas não apareceu nada.
Peguei os quatro recém-nascidos e coloquei na primeira caixinha que encontrei em casa e pedi que o Leonardo fotografasse eles para mim, para colocar logo um pedido de mãezinha de leite no Facebook.
Só depois percebi que na caixa estava escrito "Cuidado frágil". Perfeito!
Isso que eles são:  frágeis! Mas não tiveram cuidado nenhum com aquelas coisinhas tão frágeis. Ou será que estou sendo injusta com quem os abandonou, já que deixaram até um pratinho com ração para eles não morrerem de fome. Se a ração não era para eles, devia ser para a mãezinha deles que foi abandonada junto. É, estou sendo injusta... 
No início me bateu um desespero, pois é difícil cuidar de filhotes tão novinhos. Além do básico, que é o leite, eles precisam do calor da mãe e dos cuidados que só uma mãe gata tem, de estimular o xixi e o cocô dos bebês e a higiene geral deles. Por mais que a gente tente substituir, nunca é a mesma coisa.

No dia em que abandonaram eles, Leonardo e eu tínhamos que ir no sítio e na praia. E lá fomos nós, Leonardo, Tombinho, eu, os quatro bebês, mamadeira, bolsa de água quente, algodão, soro fisiológico, tudo o que precisava para tentar mantê-los vivos. Passamos no sítio pela manhã, fomos até a praia de tarde e voltamos para Porto Alegre.
Fomos e voltamos no mesmo dia. 
Em Porto Alegre recebi duas preciosas ajudas: a de Tombinho, que estava sempre de olho nos bebês.
E a da Brigitte, que além de ficar de olho nos bebês, fez o trabalho de mãe limpando as bundinhas deles pra mim. Eu dava mamadeira e ela lambia eles. Foi uma ajuda e tanto!
Brigitte não desgrudava dos bebês.
Brigitte dando banho nos bebês.
Um dos bebêzinhos tentando mamar na gatinha Pank.

Uma semana depois apareceu uma mãezinha de leite. A Silvia, uma vizinha do bairro e gateira como eu, tinha uma gata com leite mas os filhotes dela já estavam com três meses de idade e mamavam mais numa outra gatinha da casa, com uns dois anos de idade, que nunca havia entrado no cio, ou seja, nunca foi mãe, mas adotava todos os filhotes que apareciam na casa.
Levei os quatro bebês lá e a mãezinha que tinha leite não quis saber deles e ainda puxou os filhotes dela para longe dos meus, quer dizer, para longe dos gatinhos abandonados. E a Pank, a gatinha que nunca foi mãe, foi direto dar banho nos bebêzinhos e queria dar mamá, até virou de barriga para cima para facilitar. E os bebês chupavam, chupavam, mas ela não tinha leite... talvez, se deixássemos lá, ela viesse a produzir leite, mas ela já deixa os outros bebêzinhos da casa mamar e nunca produziu e a Silvia, que trabalha o dia todo, não teria tempo para cuidar deles então, trouxe a minha ninhada de volta para casa e continuei dando mamadeira. Muito obrigada pela força, Silvia Elenara!
Cruz mamando depois do "banho de gato".
E assim, continuamos cuidando dos bebês. Cada vez que temos que ir no sítio eles vão junto e já foram na praia de novo também. Adoram o balanço do carro, dormem como anjinhos! Só quando andamos na estrada de chão de acesso ao sítio é que acordam.
O pretinho mamando depois do banho.
Que mamadeira gostosa!

A tia Lisi, como chamo uma das veterinárias que me ajuda, passou uma receitinha que adaptei e estou dando para eles desde então, que é a mamadeira "bomba". Eu faço uma garrafinha de 600ml de leite de vaca integral, coloco umas 3 ou 4 colheres de leite condensado ou creme de leite, uma gema de ovo peneiradinha, complexo vitamínico (Aminomix) e um pouquinho de água. Não entendia por quê muitas pessoas comentavam que tinha que misturar água no leite, já que sabemos que este leite industrializado que chega em nossas mãos é pra lá de fraquinho, mas a tia Lisi me explicou: o leite de vaca é rico em lactose e pobre em proteína. A lactose provoca diarréia nos bichinhos,  por isso mistura-se água e a gema é para dar a proteína. A receita original vai 3 ou 4 gemas por receita, mas eu , meu bolso e meu olfato achamos um exagero e temos colocado uma só. A garrafinha tem dado para um dia e mais um pouco, e os bebês aceitaram muito bem a "bomba" e parecem estar bem!
Bruninho, que recebeu este nome porque já está doado para uma menina de nome Bruna. Ela é de Osório e adorou quando contei que passei a chamar o gatinho dela de Bruninho!
A guriazinha tricolor, linda e dengosa! Aqui na foto está meio sujinha, pois estávamos na praia, tinha um ventinho muito bobo e resolvemos enforcar o banho neste dia. Ainda não tem nome e ainda não foi doada.
O pretinho! Este é uma figurinha! Tá sendo o mais espertinho de todos até agora, já tenta brincar com os maninhos, que não entendem muito o que ele quer. Não tenho certeza, mas acho que é uma menina e ainda não está doada.
E o Cruz, que também tô desconfiando se tratar de uma fêmea. É o menorzinho, mais fraquinho, mais chatinho pra mamar e dengoso que só ele! Tenho certeza que será um gato ou gata muito bonita e assim que estiver comendo ração, poderá ir para um novo e definitivo lar.
Tombinho ajudando a cuidar dos gatinhos.

Interessados em adotar um dos bebês, entrem em contato por e-mail adoteumfocinho.tiane@yahoo.com ou pelo telefone (51)9957-7720.

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